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Jantamos e ficamos conversando um pouco.
--Querido, está tarde. Vamos. – Diane levantou do sofá. – O jantar estava ótimo, Mary.
--Quem sabe nos falamos... Amanhã? – Justin falou ao levantar-se também. Assenti positivamente. – Amanhã venho aqui.
--Tuudo bem.. – Abri um sorriso.
--Mas já? – Minha avó indagou.
--Não queremos incomodar mais e já está ficando tarde. Muito obrigada pelo jantar.
--Não foi nada. Um prazer. – Vovó os conduziu até a porta. – Voltem logo.
--Próxima visita, na minha casa. Será um prazer.
--Iremos sim. Tchau.
--Vou subir agora. Tô com sono.
--Já?
--É...
--Então até amanhã. – Beijei sua bochecha e subi até meu quarto.
Que louco. Nunca pensei que um dia jantaria ao lado de alguém importante. Alguém que especialmente, é meu ídolo... Um sonho pra qualquer uma. Mas isso não aliviou a tristeza de não ter meus pais aqui, no natal. Poxa, natal significa união, uma época que todos se reúnem em uma bela mesa, e ceiam juntas, brindam desejando felicidade umas as outras e isso é comemorado em família. Não acredito que meus pais vão ficar lá enfurnados dentro de uma empresa com uma pilha de documentos para serem revistos e assinados. Pensei tanto que acabei dormindo.
--Se quiser descer agora, o café já está na mesa. – Minha avó me chacoalhou um pouco para que eu acordasse.
--Tudo bem, já estou indo. – Ela deu um meio sorriso e saiu. Levantei-me, peguei uma roupa e fiz minha higiene matinal. Desci. – O que temos hoje? – Disse me sentando a mesa junto a ela.
--Tem umas frutas aqui – Me passou uma bandeja recheada de frutas. – Tem leite, cereal, torradas...
--Vou querer algumas torradas.
[...]
--Querida, estou de saída.
--Pra onde a senhora vai, vó?
--Vou a um lugar que descobri a pouco tempo.
--Posso ir junto?
--Claro.
--Vou pegar minhas sandálias.
Fomos caminhando mesmo. Estava no fim do dia e minha avó estava com uma sacola grande. Ela não falou nada sobre o lugar que estávamos indo, mas eu estava ansiosa pra conhecer, ver de quê se tratava. Chegamos a uma casa cercada, um terreno grande totalmente cercado por um muro um tanto alto. Vovó tocou a campainha e uma senhora abriu a porta.
--Olá, Mary! – A senhora falou animada ao ver minha avó.
--Oi, Margaret. Como estão? – Minha avó disse “estão”? Como assim? Só a senhora estava ali e a casa parecia vazia.
--Estão melhor que ontem. Acho que a dor passou, mas os ferimentos deles ainda ficaram por um tempo. – Ela fez uma cara deprimente. – Mas, entrem! – Entramos na casa e segui minha avó. Ela foi até o quintal. Tinha uma área grande e outra dividida como se fossem quartinhos. Tinha uns cachorros soltos e alguns estavam presos. Entendi do que se tratava. Os feridos eram os cachorros. Alguns mancavam, outros corriam com dificuldade, outros estavam deitados e com ferimentos horríveis no pelo. – Olhe nosso lindo Billy! Está forte! – Ela acariciou um cachorro lindo, de pelugem cor de mel.
--Vem cá, Billy! – Ele pulou no colo da minha vó. – Está forte mesmo!
--Sua neta? – A “Mary” perguntou.
--É sim. Sophia, essa é a senhora Mary Klarckson. – Vovó nos apresentou. – Vou colocar o que trouxe na tigela deles. Conta pra ela o que fazemos! – Vovó falou para Mary e saiu para dentro da casa.
--Gosta de cachorros? – Assenti. – Que bom. Aqui nos pegamos cachorros maltratados, abandonados e deixamos aqui. Cuidamos dele e entregamos para a adoção.
--OOW! Tem tantos na rua assim?
--Não só das ruas, mas aqueles que sobram. As crianças não querem os que mancam que são quietos ou que são negros!
--Nossa! Racismo até nisso!
--É. Eu nunca me casei e morava aqui junto a minha irmã. Mas ela casou, e eu fiquei com essa casa imensa sozinha e...
--E colocamos os animais aqui. Me ajude, Sophia. – Minha vó chegara com inúmeros pratinhos de cachorro.
--Não gostaria de adotar um? – Mary me perguntou.
--Não! Não que não goste ou não queira, mas não. Obrigada. – Dei um sorriso meio sem jeito.
--Quer ajudar a distribuir os pratinhos? – Sorri e balançando a cabeça positivamente. – Tudo bem. Siga pelas cores. As cores nas coleiras são as mesmas dos pratinhos. São poucos os cachorros que tem coleiras da mesma cor. Tem um desenho pra diferenciar.
--Tudo bem. –Peguei uns pratinhos e distribui aos cãezinhos. Cheguei a um cão de coleira roxa, que estava no “quartinho”. Ele estava parado, quieto, mas não estava morto. Quando coloquei o pratinho roxo dele, ele levantou com dificuldade e pude ver que mancava. Além disso, um ferimento horrível na sua perna estava vermelho demais. Pude pensar ser sangue. – Vovó. –Ela foi até mim.
--Aconteceu alguma coisa?
--O que aconteceu, com ele?
--O achei quando cheguei aqui. Ele estava quase morto numa calçada e tinha sido atropelado.
--Nossa.
--Pagamos um veterinário pra cuidar no início e o resto do tratamento estamos fazendo nós mesmas.
--Mas ele vai ficar bem?
--Esperamos o melhor. Vamos? Preciso fazer umas compras.
--Já?
--Voltaremos amanhã. Prometo.
--Tudo bem. Até mais Srª Klarckson.
--Pode me chamar de Mary. Até mais. – Me despedi de Mary. Saímos da casa e caminhamos de volta à casa da minha avó.
-Com Justin-
Olha, ficar em casa só é um saco. Tudo bem que estou com meus avós e minha mãe e eu adoro ficar assim, sem ser o centro das atenções do mundo. Aqui eu estou em paz, em família, eu sou o Justin. Mas cansa ficar nesse tédio mortal. Os meninos saíram, cada um com suas paqueras e eu fiquei em casa assistindo Bob Esponja. Ligações sempre me tiram do tédio...
--Alô? –Ela atendeu ao telefone.
--Alô, Sophia?
--Sim. Justin? – Ela reconheceu minha voz. Ela não tem meu numero.
--Te liguei para... Sei lá... Quer dar uma volta? Conheço uma praça que...
--Tudo bem. Daqui a 20 minutos?
--Por mim...
--Okay... Até daqui a pouco.
--Beijos.
Bom, vou esperar... Já ia esquecendo meu boné. Vou espera-la na casa dela...
--Mãe, já volto.
--Aonde você vai?
--Vou sair, com uma amiga.
--Justin... Posso falar com você uma coisa?
--Claro, mãe.
--Gosto muito que você saia com seus amigos, tenha uma vida normal nem que seja por pouco tempo. Mas não se envolva tanto... – a interrompi.
--Senhorita Mallette, eu consigo me cuidar e sei o que faço.
--Espero que esteja mesmo falando sério. Pode ir. Não volte tarde.
--Tudo bem. – Beijei sua bochecha e sai. Quando cheguei em frente à casa de Sophia, ela saiu.
--Já?
--Eu que digo já. Achei que estava chegando cedo. Vamos?
--Vamos.
[...]
--Aconteceu alguma coisa? – Percebi no olhar dela, que estava preocupada com algo.
--Não, nada de mais.
--Certeza? Pode falar... Somos amigos...
--É que hoje eu fui com minha vó num lugar onde ela e uma amiga abrigam cachorrinhos abandonados...
--Se todas as pessoas no mundo fossem assim...
--É! Mas tem um cachorrinho que acho que me apeguei. E não devia.
--Por que não? Isso é bom, você pode adotá-lo... Ou não?
--Não, porque ele está mal... Foi atropelado e se não fosse pela minha avó...
--Nossa... Você está mal por isso?
--Quer motivo pior? Eu o vi sofrido naquele canto e não posso fazer nada... Estou muito angustiada.
--Que triste...
--Muito. Não paro de pensar nisso...
--Que tal descontrair um pouco? Sorvete?
--Baunilha. – Andamos até uma carrocinha de sorvetes e fizemos o pedido. – Nossa...
--O quê?
--Tem gosto de leite condensado... – Ela riu olhando para o sorvete. – Mas não é tão gostoso quanto!
--E o que é isso?
--Deixa pra lá...
--Sabe em quê eu pensei?
--O quê?
--Amanhã, vocês... Você e sua avó vão de novo lá ao abrigo?
--Sim. Provavelmente.
--Posso ir com vocês?
--Claro. Será ótimo.
[continua]
Oii! Sou leitora nova ^^
ResponderExcluirContinua tá ótimo :3
Pode seguir e divulgar meu blog? ☻
http://imaginebelieberr.blogspot.com
Obrigada. ♥